Dieta sem glúten é moda ou tem motivos para se falar tanto nisto ultimamente?
Bem vamos lá , grandes médicos pesquisadores e estudiosos associam o glúten a vários distúrbios e não apenas ao que ele é conhecido de provocar : a Doença Celíaca.
E o que é Doença Celíaca, é uma reação imunológica a má digestão das proteínas do trigo, centeio e cevada, cujo a principal proteína é o glúten e que leva a uma alteração nas vilosidades intestinais, muitas vezes deixando o intestino “liso”, sem vilosidades. Então só se fecha o diagnóstico de Doença Celíaca quando se visualiza esta alteração através de biópsia.

O trigo foi modificado no final dos anos 70, para ter maior produção de grãos, e nestas alterações ele ficou com 400 vezes mais glúten do que o trigo original. Então, se você tem mais de 40 anos, o pão da sua infância era bem diferente do de agora.
Estudos nos EUA mostram que em 1970 apenas uma de cada 500 pessoas tinha Doença Celíaca, em 1980, passou a ser uma a cada 250 , no ano de 2000, uma a cada 100 pessoas , e por fim em 2010, uma a cada 50 pessoas. Se fizermos a progressão é fácil concluir que o ano que vem, 2020 teremos uma pessoa com doença celíaca a cada 25 pessoas. Então é uma realidade que a doença celíaca está crescendo.
Além disso temos a sensibilidade NÃO celíaca ao trigo (que é um número muito maior de pessoas), que pode ser uma reação a qualquer um dos componentes do trigo, ao glúten e também pode ser uma reação as LECTINAS, que causam formação de coágulos no sangue; pode ser aos carboidratos conhecidos como FODMAPS, responsáveis pelos gases, distensão e dor abdominal, prisão de ventre e/ou diarreia.

O trigo tem também substâncias que se parecem com os benzodiazepínicos, e com a morfina, e ocupam os mesmos receptores destas drogas: Acalmam, dão prazer e VICIAM. “É impossível comer um só” – bem diz a propaganda de certo biscoito.
A sensibilidade ao glúten podem se manifestar de inúmeras maneiras diferentes e podem ser tão severas quanto a Doença Celíaca. Mas podem ser mais leves e lentamente crescentes e você nem se dá conta.
O Glúten não é totalmente digerível pelos seres humanos. E a Gliadina, uma parcela não digerida do glúten é que provoca a permeabilidade intestinal. (leia o artigo seguinte sobre isto).

Em estudos recentes, pesquisadores concluíram que a maioria dos seres humanos desenvolvem permeabilidade intestinal quando expostos ao glúten, mesmo sem ter doença celíaca ou sensibilidade não celíaca. E o Dr Alessio Fasano doutor em medicina na Universidade de Havard é mais incisivo e diz: “ O glúten causa permeabilidade intestinal em TODOS os seres Humanos”
Uma permeabilidade temporária. Felizmente nosso intestino tem grande poder reparador e se “conserta” em aproximadamente 5 horas, se você não tem sensibilidade ao glúten. Mas se você tem , pode demorar de 36 horas até 3 a 7 dias para o reparo.
Acontece que mesmo que você não tenha sensibilidade ao glúten, o seu intestino leva 5 horas pra se refazer do estrago. Mas você come um pão no café da manhã. Uma macarronada no almoço, um biscoito no lanche da tarde e uma torta de frango no jantar… Ou seja, não dá tempo do seu intestino se restaurar, e isto todos os dias… O que você imagina que acontece? Com certeza permeabilidade intestinal crescente e pior a cada dia… E os sintomas ficando cada vez maiores e você passando por inúmeros especialistas sem solução…
Bem sei o quanto é difícil tirar o trigo e glúten da alimentação, mas peço que depois deste artigo, procure ler mais sobre o assunto, e indico para começar, o livro: “Barriga de trigo” do médico americano Willian Davis. Depois tente ao menos diminuir o trigo no seu dia a dia (dê tempo para seu organismo se recompor), ou mesmo se proponha a ficar uma semana ou um mês sem glúten para ver como se sente.